Ela se esconde porque não quer demonstrar seus sentimentos. Esconde-se do mundo, e guarda o que pensa só para ela.
Usa roupas pretas para se expressar, mudando a opinião das pessoas de quem é ela normalmente. Mas, afinal, quem é aquela garota?
Uma de olhos castanhos e avermelhados, o cabelo um pouco longo e preto; que só vai pro colégio de roupas escuras, de botas ou tênis velhos, com camisas de manga e maquiada.
Não era julgada muito pelo seu estilo, mas pela sua personalidade. Ela tinha um gênio forte demais, e era muito tímida. Não falava com ninguém dali.
Ninguém sabe de onde ela veio, e muito menos para onde ela irá. Não conhecem sua família, e só sabem o seu sobrenome por causa da chamada na sala de aula.
Olívia Campbell.
Era rejeitada por toda a sala. Ninguém a notava, a não ser para zoá-la. Mas ela já não ligava mais. Havia se acostumado com a solidão... que ela mesma escolheu.
Estudava de manhã. Chegava sempre mais tarde na escola, sentava no fundo e ficava com o fone de ouvido nas aulas. Ouvindo My Chemical Romance, pra variar.
Saía o mais cedo possível. Andava rapidamente para chegar a casa. Mas ninguém sabia quem (ou o quê) ela era então não podia tirar satisfações.
Outro dia começou. Um dia chuvoso. Muito chuvoso e frio. O que motivou as vestimentas exageradas de Olívia.
A não ser o clima, tudo ocorria normalmente naquele começo de outubro.
Um assunto que bomba no terceiro ano é o namoro. Todo mundo tinha a quem admirar. As meninas faziam o máximo para que os meninos que elas gostassem as notassem.
Mas nem para isto Olívia se importava. Afinal, com quê aquela garota se importava?
O sinal tocou. Todos foram se situar em seus devidos assentos. E, claro, a própria Olívia.
O professor de química entrou na sala. Passou um trabalho em dupla, mas ficaria opcional para os alunos.
Como sempre, Olívia esperava ser chamada. Se ela fosse chamada.
Mas alguma coisa ali tinha mudado. Não nela, mas em um outro alguém: Hugo Stone. O menino mais popular da escola, quem as meninas mais admiravam. Alto, musculoso, cabelos pretos, olhos azuis. Ele era bonito. Na verdade, lindo. Além disso, era o líder do time de futebol americano da escola, e de 8 campeonatos, Hugo tinha ganhado 6 e assim, não deixava de ser impecável com suas notas escolares.
Enfim, Hugo era O GAROTO.
Viu Olívia no final da classe. Se aproximou, e falou:
- Ainda hoje, aqui na biblioteca da escola?
- O... quê?
- O trabalho, em dupla, de química. Eu e você, aqui na escola quando acabar a aula, lá na biblioteca.
- Você me pediu?
- Eu precisava te pedir?! Mas, tudo bem, vamos começar novamente. Oi, Olívia, eu sou Hugo, e quero saber se você quer fazer o trabalho de...
- Tá, tá, já... já entendi.
- Ótimo. Até lá. - Hugo se levantou, e voltou a seu lugar, na frente da classe.
Olívia olhou para a turma. Todos estavam boquiabertos, olhando para a-menina-que-não-fazia-ideia-do-que-estava-acontecendo. Ninguém estava acreditando no que acontecera naquele momento.
Mais outras três aulas se passaram. 12:30.
Olívia pegou um hambúrguer e chegou à biblioteca. Ele ainda não havia chegado. "Por que o garoto mais popular da escola, bonito e inteligente escolheria logo a mim para fazer isto? Logo ele? O que todos admiram e idolatram? Ele só pode estar de brincadeira comigo, querendo me fazer de besta. E eu ainda caí nessa. Haha, eu nunca me toco mesmo!"
Deu meia-volta, jogou o hambúrguer no chão e se virou. Ele estava olhando para ela. Aqueles olhos hipnotizantes estavam a encarando. Naquele momento, Olívia estremeceu, e se envergonhou. "Que bom que não disse aquilo em voz alta!" Pensou.
Hugo sentiu o seu nervosismo e segurou a sua mão. Entregou-a outro hamburger:
- Já tinha comprado um para você. Estava te esperando desde 12:25, bem ali, naquela cadeira. Os livros já estão prontos.
- Hm...
- Podemos?
E assim, eles foram até a mesa. Como esperado, toda a biblioteca estava olhando para os dois.
Continua. §